Yabure Kabure
Um feiticeiro, imerso em desespero
Vaga só por uma mata escura
Nem mesmo os deuses podem dizer
O que essa alma perdida procura
Risadas histéricas e choros convulsivos
Assustam pessoas e animais
Que se escondem da triste figura
E o feiticeiro sem esperança vaga sozinho
Sem nem mesmo saber o que perdeu
Seus passos, gritos e murmúrios ecoam pelo breu
Nesse ciclo eterno de solidão confusa
Apenas uma coruja surda entediada em seu ninho
testemunha sua dor com expressão obtusa
Mas o feiticeiro já não se importa
Apenas vaga sem pensar na rota
cada vez mais fundo na mata escura
O desespero se tornou apatia
O que antes era tortura
Agora é rotina
ele apenas segue em frente
contente em nunca mais ver a luz do dia